sexta-feira, 26 de abril de 2013


Tecnologia assistiva contribui para a 


inclusão de alunos com deficiência


Salas multifuncionais nas escolas e núcleos de acessibilidade nas universidades fornecem material para quem tem necessidades especiais.

Professora Ana Claudia Siluk (Foto: Divulgação)Professora Ana Claudia Siluk (Foto: Divulgação)
O avanço da tecnologia contribui cada vez mais para a inclusão dos alunos com deficiência. Softwares, equipamentos de comunicação alternativa, materiais protéticos e diversos outros itens ampliam a habilidade funcional dos jovens, tornando-se ferramentas úteis para a independência e o aprendizado. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a educação especial no país tem 752.305 matrículas, somando os estudantes em escolas regulares e especiais. Já nas universidades, os estudantes com deficiência eram 2.173 no ano 2000, e passaram a ser 20.287 em 2010. O momento é propício para o desenvolvimento de ‘aliados’ para essa turma, diz Ana Claudia Siluk, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Tecnologias Educacionais em Rede da Universidade de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, instituição pioneira em educação especial.

“Vivemos um momento no qual as pessoas com deficiência sabem que têm direitos, e as escolas e universidades precisam estar preparadas para receber e atender os alunos especiais. Por lei, eles têm acesso garantido à educação especial, mas, quando o aluno cego chega à universidade,  precisa de material adequado, e quem atende essa demanda são os núcleos de acessibilidade das instituições. Desde 2008, as universidades são obrigadas a ter um núcleo de acessibilidade, como o que temos na UFSM. Os professores com alunos especiais preparam o material das aulas e passam para o núcleo, que usa os recursos tecnológicos para tornar as aulas acessíveis para os estudantes”, explica Ana Claudia, que também é coordenadora do Curso de Formação de Professores para o Atendimento Educacional Especializado e vice-coordenadora do Curso de Graduação em Educação Especial.

De acordo com a professora, a área de tecnologia assistiva, como é chamada aquela que proporciona maior autonomia para as pessoas com deficiência, está crescendo, já existemsoftwares, por exemplo, que permitem aos tretraplégicos operar o computador usando comando de voz.  Para pessoas com baixa visão e cegas há os leitores e ampliadores de tela, além dos digitalizadores de texto, que transformam palavras escritas em sons.

“A maioria dos softwares é livre, ou seja, qualquer um pode baixar e usar. Em parceria com universidades, o Ministério da Educação (MEC) investe no desenvolvimento de tecnologias como o Mecdaisy, um aplicativo que faz narração em áudio ou adaptação de caracteres ampliados, além de oferecer opção de impressão em braile. Tecnologia existe, mas ainda esbarramos em dificuldades, porque os alunos precisam pelo menos de um computador. O governo disponibiliza recursos para implantação de salas multifuncionais para deficientes, mas não adianta ter o material na escola e não poder levar para casa. No Ensino Superior, os alunos têm direito de levar o computador para casa, a ideia é que isso aconteça também na Educação Básica. Se não fosse a tecnologia, muitos alunos que conhecemos não estariam estudando. Não basta incluir, tem que dar acesso e possibilidade de permanência para os estudantes deficientes”, completa.

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